entenda que isso não é pensar demais sobre o assunto, mas apenas a maneira que eu tenho de divagar sobre as coisas que não merecem ser discutidas. são coisas que não me deixam triste, talvez ajudem nos milhões de pensamentos que passam pela minha cabeça quando me esforço para dormir.
são coisas que me fazem sentir sei lá, ou nada, para ser mais precisa. apenas fico pensando e se? mas, e daí? essa é a minha natureza mesmo: pensar demais.
eu tenho medo demais, e talvez por isso sempre tenho a impressão de que qualquer semelhança não é mera coincidência, é você sendo você, e é assim que eu devo te aceitar. eu sempre soube que você estava certo, você sempre sabe tudo sobre mim, sabe até demais. acontece que às vezes não posso me dar o direito de agir de certas maneiras apenas porque sei qual será a sua reação, o que você irá pensar. e daí se eu choro demais? a única coisa que mostra sobre mim é que choro por qualquer coisa, e mais nada. como isso garante que estou sofrendo mais do que quando não choro? como isso garante que vai passar, porque o choro sempre alivia tudo no final? não que contei mentiras quando dei a impressão de que estava sofrendo porque estava chorando, já que este é o assunto do momento, mas só queria chorar por nada, já que isso sempre acontece mesmo.
é uma questão interessante pensar no porquê de eu dizer que estou bem quando não estou, quando as minhas duas maiores vontades são não deixar você preocupado e precisar externalizar esse sentimento horrível. até que ponto esse tipo de mentira é aceitável? até que ponto eu sou aceitável?
ontem discuti com o meu pai sobre o fato de a tinta do cartucho colorido não ter acabado, e eu depender da opinião da mulher que carrega cartuchos para saber quão vazio o cartucho estava. tudo uma questão de confiança, afinal, se tudo na vida eu tivesse que obter provas, sei lá aonde eu estaria agora.
pois é, e parece que no final tudo se resume a confiança. até que ponto o que você está me dizendo é verdade, e quantas coisas você deixou de dizer, qual é a porcentagem da sua vida que eu não sei de nada? quanto eu não te conheço? às vezes eu ouço sussurros deste tipo, mas sempre vem a confiança e me fala: nada a ver! e aqui estamos nós.
muitas vezes deixo de dizer coisas apenas para não mostrar a minha natureza excessivamente egoísta. você já a viu algumas (ou várias) vezes, e ver sua reação apenas me deixou mais arisca. sempre o medo. se eu fosse te contar todos os meus ciúmes, e talvez você já tenha uma noção relativamente boa sobre o quão grande é essa lista, eu não sei se ainda estaríamos juntos. são coisas que até eu, principalmente eu, sei como são ridículas e insanas. são coisas que não tenho coragem de pronunciar em voz alta, porque então saberia que estou definitivamente louca, e provavelmente daria uma risada daquelas eu disse isso mesmo? o problema é que essa parte de mim que nem eu queria ser é um pouco grande demais pro meu gosto. às vezes eu acho que todos esses pensamentos depressivos e bipolares é coisa séria mesmo. e se eu descobrir que são de verdade?
tem horas, que, pensando na vida, gostaria de saber tudo sobre você. mas, quando às vezes descubro algo novo, fico em dúvida. é mais ou menos aquele ditado o que os olhos não veem, o coração não sente. eu queria saber, mas depois que eu sei parecia tão menos doloroso não saber. eu era feliz e não sabia. esse é o eterno dilema do ser humano.
engraçado que depois de um texto desses dá quase para desistir de tudo. é que coisas felizes normalmente não dão bons textos. a felicidade está lá e pronto, qual a graça? qual o sentido da vida? qual a questão fundamental?
eu gostaria que tudo fosse mais simples, mas, se fosse mais simples, será que eu iria querer que tudo fosse mais complexo? peraí que eu vou desligar o botãozinho da maluquice.
pronto.
eu te amo.